Este é o terceiro post da série, sobre meu aniversário de dez anos de internet, sendo este, o primeiro com um assunto mais específico, conexões de internet.
No início conexão resumia-se em algo que deveria ser utilizada de forma controlada, pois era cobrada através de pulsos telefônicos, por este motivo chamada de conexão discada. Mesmo com o alto valor cobrado a cada pulso, a velocidade de conexão era mínima possível, tanto que novas gerações muitas vezes desconhecem a verdadeira função da tecla F5 nos navegadores.
Não era possível navegar sem que todos a volta soubesse que você iria conectar-se, pois, quando a placa de fax modem iniciava o processo de conexão ou ao tirar o telefone do gancho um som muito estranho era emitido, que onomatopeia nenhuma conseguia exprimir.
Para muitos esta foi uma realidade que durou um tempo considerável, no meu caso quatro anos. Como novo usuário de Banda Larga do Speedy, troquei os problemas de lentidão e linha ocupada por ausência de sinal, que obrigava a passar alguns bons momentos horas ao som de uma música relaxante que tira qualquer um do sério em longas conversas com equipe de suporte, para efetuar testes de conexão que já havia tornado rotina.
Em 2005, com grande insatisfação por parte dos usuários do Speedy e para sorte da nova concorrente, entra no mercado de banda larga, o NET Virtua. Os novos planos do NET Virtua chamaram a atenção destes consumidores com a promessa de valores menores e planos que atingiam velocidades de um a quatro mbps (megabits por segundo), velocidades antes dedicadas a empresas submetidas a altos custos. Para reduzir a perda de clientes a Telefônica, lançou planos equivalentes com este novo player que havia surgido num mercado até hoje monopolizado. O sucesso só não foi maior pela falta de infraestrutura, pois muitos usuários que desejavam contratar o NET Virtua esbarravam na falta de cobertura.
A evolução nas velocidades permitiu a criação de sites com recursos antes impossíveis, previstas apenas por grandes professores como Jean Paul Jacob em entrevista ao Jô Soares, muitos anos antes da internet comercial. Porém a mesma velocidade que traz possibilidades vicia usuários a desejar tudo cada vez mais rápido que desistem facilmente ao abrir qualquer site que leve alguns segundos acima da média para carregar.
Algo bastante interessante de analisar é o fato de como o fator velocidade de conexão muda o comportamento dos usuários. A partir da banda larga as pessoas passaram a ler blogs, assistir vídeos no YouTube, criou uma geração viciada em MSN. Tornou possível o uso constante das redes sociais e fez com algumas pessoas passassem a ficar mais tempo conectadas do que acordadas.
O mais triste é saber que temos parte do Brasil que não aparece no mapa de conexão, isto deve mudar com a Internet 3G que dispensa cabos até locais distantes. Além do fato das melhores banda larga do país estar entre as piores do mundo. Algo que deve mudar isto e adicionar um novo parágrafo a este artigo, será quando a rede elétrica tornar-se um meio acessível de banda larga. Por hora podemos conformar-se com o que temos, cobiçar a conexão japonesa e aos desesperados estar presente a cada Campus Party que oferece conexões bastante anormais aos padrões comerciais.
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